quarta-feira, 9 de novembro de 2011

A essência do Império

O texto ‘Império’ de Michael Hardt e Antonio Negri abrange as concepções de valores e medidas, as quais eles retraram por meio de abordagens do biopoder e da biopolítica.

A primeira parte do texto diz: “O Império se forma nesse horizonte superficial, onde nossos corpos e mentes são embebidos. Ele é puramente positivo.”, o que mostra qual era a ideia/ o pensamento obtida/o sobre essa forma de poder, em épocas passadas.

Eram implantadas diversas medidas que regulavam os costumes, hábitos e práticas produtivas das pessoas/ “multidão”. Havia obediência perante as regras e os conceitos definidos pelas instituições disciplinares do poder.

Em seguida, o texto mostra como a sociedade/"multidão” se tornou mais democrática e a ideia de singularidade e universalidade foram distribuídas por corpos e cérebros. O poder começou a ser introduzido mediante máquinas, que são o nosso sistema de comunicação. Logo, o controle é imposto pelo trabalho, e “só quando se forma o que é comum pode ocorrer a produção, e pode a produtividade geral subir”.

O biopoder - forma de poder que interpreta e acompanha a vida social - era uma lógica fechada e quantitativa, e acabou por estender seu poder através da totalidade das relações sociais.

Já a biopolítica, exprime com o imperialismo, de forma que são criadas corporações que ocupam o lugar do imperialismo (crise da soberania), que foi transformado pela nova realidade do capitalismo. Essas corporações articularam e estruturaram territórios e populações, localizando a produção biopolítica na produção de linguagem, comunicação e do simbólico. A comunicação expressa e organiza o movimento de globalização, e, por fim, comunica e produz mercadorias, criando subjetividade.

Um exemplo concreto desta mudança, causada pela transição do Império para a nova organização do poder em vista das corporações transnacionais, é como as políticas imperialistas dos países capitalistas dominantes foram transformadas, como resultado do projeto de reforma econômica, social e hegemônica dos EUA. 

Já em sua segunda parte, o texto inicia dizendo que o Império já pressupunha a crise, pois não consegue se isentar da corrupção em sua civilização. Para Maquiavel, o Império só é possível quando a liberdade e a expressão ficam vinculadas, e é justamente nessa liberdade que surge a corrupção e a destruição. Além disso, o texto diz que a definição secreta para o Império é a de democracia, e que esta, possibilita uma única possibilidade de Império duradouro e a capacidade de gerar uma dialética de contra-poderes.

A razão da crise da civilização européia se deu pelo fato de que sua soberania moderna não conseguiu acompanhar a ascensão da democracia de masas. Tanto o surgimento das massas na cena social e política, quanto a exaustão dos modelos culturais e produtivos da modernidade, o empalidecimento dos projetos imperialistas europeus e os conflitos entre países em questões de escassez, pobreza e luta de classes contribuíram para o declínio da soberania.



A teoria da crise da Europa possibilitou mudanças nos pensamentos do homem e iniciou uma nova força vital das massas ou o desejo da multidão.

Um exemplo concreto desse declínio é a queda do socialismo na URSS. A confiança que o povo tinha pelo sistema socialista foi deixando de existir e dando lugar a um novo sistema democrático. Houve revoltas e revoluções, que mesmo tendo alguns pensamentos socialistas, emergiram no declínio, que resultou na crise da sociedade...

Um comentário:

  1. Larissa Pavan RA 000953386 de dezembro de 2011 às 06:55

    Acho que dá pra complementar o exemplo sobre a URSS: quando a URSS optou por se tornar uma república socialista, se desviou do biopoder (que "é o outro nome da real submissão da sociedade ao capital"). Por isso, acabou sendo excluída do mundo globalizado durante a Guerra Fria. Tendo abolido o capitalismo, não haveria um "superávit" sendo produzido pelas indústrias, já que não havia estímulo por parte do Estado em atividade social, esta que é capaz de gerar a verdadeira medida que interessa ao Império, o dinheiro. É pela falta de atividade social que se explica a decadência da URSS nos anos 90, com a resistência da multidão.

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