sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Estrutura que corrói e destrói

O século XX assistiu a uma multiplicação de poderes desenvolvidos pela inovação tecnológica que não teve precedentes na história, assim, uma vasta literatura discutiu a influência dos principais provedores de informação das sociedades contemporâneas - a mídia de massa. Pierre Bourdieu e Sartori são dois ícones relevantes para poder discutir esse tema. Um dos campos mais afetados devido a este 'progresso', foi, sem dúvidas, o campo das telecomunicações.
Bourdieu, teórico marxista, diz que a questão fundamental é a submissão dos meios de comunicação aos interesses de mercado e, também, o fato de se tornar o reflexo do próprio mercado competitivo que constantemente busca clientes. Para ele, a luta contra o índice de audiência é uma luta insaciável pela democracia...
Sartori concorda majoritariamente com as afirmações de Bourdieu, porém, seguiu uma linha de raciocínio a fim de justificar sua teoria antropológica contra a televisão e mostrar como a sua existência inviabiliza o homem político. Seus argumentos não estão centrados na emissão da informação, e sim, na recepção da mesma. Há um longo processo de comunicação, há uma história da escrita; cada letra do alfabeto tem uma história que começou com uma imagem, associados por fonemas, que constituem uma palavra: a comunicação acontece a partir daí, e, então, há a possibilidade de expressar coisas que não seriam possíveis apenas com uma imagem. Quem não conhece os códigos da linguagem, tem problemas com a comunicação que gira em torno da palavra e da escrita propriamente dita.
Para o autor, haveria um anacronismo - o homem passa de homo-sapiens para homo-videns: os homens constroem sua sociedade que era em torno da palavra, através da imagem, ou seja, passam a pensar apenas por imagens, a imagem passa a ter primazia sobre a palavra. O homem passa por uma alteração de apreensão das informações - quando se olha a imagem, a identificação é mais rápida e essa privação da leitura privaria o homem da capacidade reflexiva.

Há a existência também da vídeo-criança, que é educada antes pelo vídeo do que pela palavra. Isso causa dificuldades para interpretar um texto, por exemplo. Seriam crianças facilmente manipuladas...



Ele ainda afirma que os meios de comunicação, que surgiram antes da era televisiva, não haviam ainda atingido a natureza simbólica do homem. A televisão atingiu. Com a incessante necessidade de ver, o homem acaba por perder a sua capacidade cognitiva que dispensa a visão. O predomínio da visão, segundo nosso autor, é um passo atrás, deixa o homem mais próximo dos seus ancestrais, o homem retrocede do ‘inteligível’ para o ‘sensível’. Sendo assim, a televisão apaga os conceitos, a possibilidade do homem de raciocinar e produz apenas imagens... Daí, tele-visão. A imagem não necessita capacidade de abstração, ela se basta em si própria. Enquanto a palavra constitui todo um universo simbólico, a imagem não tem nenhuma função senão produzir um estímulo visual. E, para a televisão, o que é visível, acaba por ter papel principal, enquanto a narração possui apenas caráter meramente secundário.



Bourdieu apesar de concordar, enxerga um problema mais grave na relação imagem – palavra: não é que a palavra esteja ausente, como diz Sartori, mas o estrago que as palavras causam por não serem cuidadas, afinal, preocupa-se muito mais em fazer algo em busca de audiência do que com a veracidade dos fatos e da própria realidade, porém, ambos estão de acordo que a televisão requisita a imagem. Seria impossível publicar um fato em instantes, pois, para que houvesse o mínimo de legitimidade, deveria ter um espaço mínimo para reflexão e até mesmo debate. Para o autor, a informação sempre fica na superficialidade, não dá tempo para digerir e moldar uma informação decente, seria somente uma superfície sensacionalista. Quando há debate, está apenas voltado para o senso comum, apresentando soluções fáceis para questões complexas.   O autor “diz” ao jornalista: você está prestando um desserviço à sociedade, sem saber. Essa “provocação” teria incomodado jornalistas, pois, para eles, o trabalho é bem intencionado, estão apenas obedecendo à estrutura proposta.

“Com palavras comuns, não se ‘faz cair o queixo do burguês’, nem do ‘povo’. É preciso palavras extraordinárias. De fato, paradoxalmente, o mundo da imagem é dominado pelas palavras. A foto não é nada sem a legenda que diz o que é preciso ler (...). Acontece-me ter vontade de retomar cada palavra dos apresentadores que falam muitas vezes levianamente, sem ter a menor ideia da dificuldade e da gravidade do que evocam e das responsabilidades em que incorrem ao evocá-las diante de milhares de telespectadores, sem as compreender e sem compreender que não as compreendem. (...) Porque essas palavras fazem coisas, criam fantasias, medos, fobias ou, simplesmente representações falsas” (Bourdieu, op.cit., pp. 25-6).
A televisão se apresenta como única influência educativa prazerosa, porém, a televisão não tem como ser um educador total, pois ela oferece apenas noções, e, então, os aprofundamentos que são atingidos pela leitura são deixados de lado. Logo, o conhecimento televisivo, que se baseia em noções, torna-se o conhecimento que prevalece e que tem relevância, fator que cria indivíduos estúpidos, se assim podemos dizer.
Sartori diz: “O fato da informação e a educação política estarem em mãos da televisão [...] apresenta problemas sérios para a democracia. Ao invés de usufruir de uma democracia direta, o demos é dirigido por manipuladores da mídia”.
Um ambiente no qual toda a opinião é heterônoma, não é possível que uma boa política seja realizada e a televisão, que poderia ser um instrumento que poderia ter trazido novamente a democracia direta - cujas decisões e rumos da polis poderiam ser decididas e comunicadas em tempo real - tornou-se o meio pelo qual os donos do poder legitimam a sua força, e somente isso.
Tanto a preocupação de Bourdieu como a de Sartori, neste aspecto, diz respeito a uma forma de sociedade na qual poucos pensam, agem e imprimem de forma fluente e sem obstáculos na consciência de cada indivíduo.
Sartori exprime: “Não temos mais um homem que ‘reina’ graças à tecnologia inventada por ele, mas, ao contrário, temos um homem submisso à tecnologia, dominado pelas próprias máquinas. O inventor é esmagado pelos seus inventos” (Sartori, op. cit., p. 119).
O tempo dedicado aos fatos que são filmados é enorme, enquanto que os fatores de relevância pública ganham pouquíssimos segundos. O que se mostram nos noticiários são fatos de importância nula, como: catástrofes naturais, acidentes, violência, fofoca... Além, é claro, dos pseudo-eventos (termo de Bourdieu), ou seja, eventos que só ocorreram por conta da televisão, ou seja, se não houvesse uma filmadora que filmasse esses eventos, eles não teriam sido divulgados na televisão. O noticiário privilegia o ataque e cala a defesa. Afinal, segundo Sartori, o ataque está na ordem das imagens, enquanto que a defesa é apenas discurso.
Bourdieu reflete: “Os jornalistas têm ‘óculos’ especiais a partir dos quais vêem certas coisas e não outras; e vêem de certa maneira as coisas que vêem. Eles operam uma seleção e uma construção do que é selecionado. O princípio de seleção é a busca do sensacional, do espetacular. A televisão convida à dramatização, no duplo sentido: põe em cena, em imagens, um acontecimento e exagera-lhe a importância, a gravidade, e o caráter dramático, trágico” (Idem, p. 25). “Essa espécie de jogo de espelhos refletindo-se mutuamente produz um formidável efeito de barreira, de fechamento mental” (Idem, p. 33).
Bourdieu ainda trata do furo jornalístico - necessário para o sucesso e total credibilidade do jornal: “Para ser o primeiro a ver e a fazer ver alguma coisa, está-se disposto a quase tudo, e como se copia mutuamente visando a deixar os outros para trás, a fazer antes dos outros, ou a fazer diferente dos outros, acaba-se por fazerem todos a mesma coisa, e a busca da exclusividade, que, em outros aspectos, produz a originalidade, resulta aqui na uniformização e na banalização. [...] Flaubert gostava de dizer: ‘é preciso pintar bem o medíocre’” (Idem, p. 27). Há, segundo Bourdieu, uma busca desenfreado pelo “sempre assim” e o “nunca visto” (Idem, p. 61).
Sartori concorda com Bourdieu e vê um problema extra nesta criação do mundo pela televisão: ela é descrita por pessoas cujo conhecimento acerca dos assuntos de que tratam não dá conta da complexidade daquilo que falam. Qualquer “imbecil” pode falar sobre qualquer assunto, pois a sua palavra será legitimada pela força da imagem. As verdadeiras autoridades nos assuntos em questão são caladas para que celebridades democratizem a sua estupidez.
Sartori não cai na teoria da conspiração e adverte que muitas vezes, a desinformação não é fruto da manipulação, mas sim da falta de competência jornalística. Para ele, não é o jornalista que manipula, pois ele é uma simples vítima da manipulação do jornalismo.

Manipulação se dá com dependência, demência e submissão, que por sua vez se dá pela falta de capacidade de pensar e raciocinar. O ser humano tem a ferramenta mais extraordinária e capaz do que qualquer chip ou tecnologia pode ter: o cérebro. O ideal é que soubesse utilizá-lo, e não deixar em stand-by para ser corroído até a destruição.





12 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. O texto ficou bom, apesar de grande.
    Achei bem interessante as abordagens de Bourdieu e Sartori, embora discorde da teoria deste segundo pois não acho que um ser humano que não saiba ler e escrever, ou seja, não compreende os diferentes códigos da lingua, não seja incapaz de se comunicar com eficiência. Há exemplos na política brasileira de que analfabetos já ocuparam cargos de prestígio, o que invalida de certo modo a opinião de Sartori.

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  3. Acho ingenua a visão estruturalista de Bourdieu ao afirmar que o o jornalista é também ser passivo na manipulação, essa, obra da instituição jornalismo.
    Retomando a Thompson (apesar de não concordar com a visão do autor), é válido citar a fala de que não devemos considerar o espectador ser desprovido de capacidade interpretativa, que apenas absorve a informação como uma esponja.
    Mais certo é aplicar essa afirmação aos jornalistas. Como profissionais que receberam uma educação e portanto possuem um histórico intelectual, é ilusão dizer que eles são apenas membros passivos da máquina jornalismo e nem ao menos percebem a manipulação.
    Fico com o não-estruturalismo de Sartori ao dizer que a palavra, a leitura e o estudo nos diferenciam como seres simbólicos e pensantes e coloco os jornalistas nesse grupo, portanto, é inválida a inocência deles no processo de manipulação.

    Bom texto, meninas, mas muito grande. Beijos
    Larissa Serpa RA00099053

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  4. A comunicação é apresentada sob duas formas: pela arte, resultado de uma reflexão, e pela mídia, meio de comunicação em massa. Através da mídia, convivemos constantemente com a manipulação das informações, uma vez que esse meio de comunicação divulga as informações que deseja a um imenso número de telespectadores.
    O homo - videns, acostumado a receber notícias de forma rápida e "mastigada", não consegue refletir sobre a política. As opiniões das pessoas são moldadas de forma a garantir os interesses do veículo e das grandes corporações.
    Nas eleições, por exemplo, o homo - videns recebe todas as informações possíveis sobre o seu candidato através da televisão. Além do horário de propaganda política, há os debates entre os candidatos, muitas vezes manipulados, fazendo com que o voto também seja moldado.

    Gabriela Ingrid da Silva - RA00095355

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  5. Discordo quanto ao pensamento de que o jornalista é totalmente passivo à manipulação da informação. Se somos nós os autores das notícias, estamos altamente incluídos na cadeia emissora.
    Estamos providos do poder de transformar uma notícia conforme nossa visão pessoal, ou política.
    As intenções políticas e econômicas nos atingem do mesmo modo que manipula a informação.
    Quanto ao fato do receptor não avaliar subjetivamente a notícia, acredito que pré dispõe de uma construção intelectual do telespectador.
    Caso ele encontre na notícia apenas uma forma de se informar com rapidez, provavelmente o que lhe for passado será considerado, em todo, a verdade.
    Se o receptor procura reflexões intelectuais acerca das informações, ele não será apenas uma "esponja" que absorve totalitariamente o que está escrito. Ele construirá uma opinião a partir de sua reflexão e não exclusivamente da notícia.

    Gostei bastante do texto, meninas!
    Um beijo

    Beatriz Soares Pinto Ferraz
    Ra00095406

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  6. Achei o texto bastante completo na exposição das idéias dos dois autores.
    Concordo com o encaminhamento de que a informação é sim, de alguma maneira, influenciada seja por jornalistas conscientes ou por campos de atuação que acabam por moldar o que é esperado do jornalismo.
    Quanto a algumas idéias de Sartori,discordo da atrofia de cognição causada pela imagem, acredito que esta se dá mais pelo fato do conteúdo informativo ser raso e pouco trabalhado, seja este em vídeo, texto ou áudio.
    Como vocês colocam em seu texto: "Sartori concorda com Bourdieu e vê um problema extra nesta criação do mundo pela televisão: ela é descrita por pessoas cujo conhecimento acerca dos assuntos de que tratam não dá conta da complexidade daquilo que falam. "
    acredito que esta é uma das fontes da atrofia intelectual que passamos hoje em dia, infelizmente.
    A crítica e a inteligencia sucumbem ao mercado e Entretenimento.
    Parabéns meninas.

    RA00093560
    Anali Dupré

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  7. Este comentário foi removido pelo autor.

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  8. Acredito que a humanidade fez o pior uso da televisão possível.

    Quanto à opinião de Bordieu, acho que se o telespectador é influenciado pelas informações é, em parte de sua culpa, já que é dotado de um tipo de "analfabetismo" e, portanto não consegue ver as intenções por trás da notícia. Não estou dizendo que a manipulação da informação é algo correto ou muitos menos que devemos manipula-la, mas que o próprio telespectador contribui para a manutenção do veículo que expõe a informação manipulada. Como no caso da revista Veja que é uma das mais vendidas do país. Sobre a televisão, de fato, os jornalistas, na maioria das vezes não estão aptos para dissertar do assunto do qual falam.

    No fim, quem realmente quer se informar vai procurar meios alternativos e colocar na balança o que lhe parece mais verossímil.

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  9. Viver sem informação não dá. O problema é como essa é manipulada pelos meios de comunicação.

    A televisão, sem dúvida, é o meio mais tradicional de todos. Por ser de rápido acesso, fácil e com um "click" o usuário possui uma infinidade de programas, a mídia procura ser mais sensacionalista e tendenciosa. Claro que, cabe a cada o direito de escolha, já que podemos mudar de canal, ou desligar a televisão. Porém, esse discurso é utilizado por aqueles que não enxergam a gravidade da situação.

    As camadas mais baixas da sociedade, muitas vezes são educadas pela televisão. Não porque elas não tenham consciência desse erro, mas falta informação sobre o que realmente está por trás do aparelho que elas assistem, e seus reais objetivos para com o povo.

    Hoje os veículos midiáticos são sustentados com a ajuda de políticos, que fazem isso por interesse, e com o propósito de corromper a informação. Dessa maneira vetar aquilo que seja verídico sobre a integridade do político, sobre a corrupção nesse âmbito, faz parte do acordo. As empresas de comunicação são privadas, logo, necessitam de dinheiro para a sua existência. Não é só de publicidade que uma emissora se mantem, é da concessão política e econômica dos governos.

    Segundo Bourdieu, o mundo do jornalismo é um microcosmo que tem leis próprias e que é definido por sua posição no mundo global e pelas atrações e repulsões que sofre da parte dos outros microcosmos. Ou seja, é um quarto poder dentro do poder. Essas regras servem para tudo. Não iremos escrever aquilo que pensamos, porque temos que pensar como a empresa jornalística deseja. Com isso, as pessoas se prejudicam, e infelizmente muitas dessas não conseguem distinguir o que é factóide e o que realmente vale a pena.

    O texto, mesmo sendo longo, é completo e fácil de ler. Achei interessante o uso das imagens que compõe o post, porque essas estão interagindo muito com o texto. Parabéns meninas!!!

    Bruna Amoretti
    RA00099051

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  10. Stephanie Bevilaqua Monteiro
    RA00101134

    O texto é bem legal meninas, no entanto, discordo logo de início do comentário “Um dos campos mais afetados devido a este 'progresso', foi, sem dúvidas, o campo das telecomunicações.”, uma vez que tal processo é a multiplicação de poderes desenvolvidos pela inovação tecnológica. Para mim, o grande problema é a globalização e as grandes consequências são seus reflexos negativos na sociedade, de modo que a comunicação é só um mecanismo para disseminar informação, seja ela construtiva ou não.

    Partindo da mesma visão do meu parágrafo anterior, no segundo parágrafo, em que trata da submissão, acho válido lembrar que isso não ocorre só na mídia. No nosso país as coisas funcionam assim: os “poderosos” estão presentes em todos os segmentos, seja ele a comunicação, a política ou os negócios. Essa atitude é julgada por mim, pois, na democracia a participação é o principal fundamento dessa organização política. Vimos que no próprio Império as relações de poder são costuradas sob um tecido ontológico (do que é, do que existe) e são essas relações políticas, econômicas, sociais e também pessoais. Acho válido o texto de vocês focarem na perspectiva da comunicação, mas ressalto, essas críticas estão presentes na maioria dos segmentos que constituem a sociedade.

    Agora eu vou parar de filosofar sobre tudo o que há de errado no mundo e focar meu comentário sobre a comunicação em si. O texto ficou bem claro para mim quanto as explicações e reflexões sobre os textos de Sartori e Bourdieu. A questão de a televisão ser algo “nocivo” ao nosso intelecto é um assunto que, claro, é muito importante ser discutido por nós jornalistas, mas que também deve ganhar algum meio de atingir as massas. Não adianta só nós discutirmos o assunto em nossa perspectiva sem repassar para os outros.

    Falando agora sobre o jornalista, eu também discordo do trecho que diz sobre a falta de competência do jornalista, assim como a Beatriz disse. Quando ela diz que “se somos nós os autores das notícias, estamos altamente incluídos na cadeia emissora”, acho que já é um argumento válido para discordar de que o jornalismo não é vítima e nem incompetente. A Beatriz também diz que o papel do jornalista é a reflexão A PARTIR da notícia, o que eu também concordo. Sendo assim, o que talvez falte na TV para que ela não seja um “mastigado” de informações são reflexões, seja jornalistas de verdade, os quais tenham sensibilidade e estudo suficientes sobre o que falar e o que fazer.

    *Desculpem pelo tamanho do comentário*

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  11. e ps.: concordo plenamente com a Bruna quanto ao tamanho do texto e a sua proporcional clareza ;)

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  12. Fernanda Grandino (ra00095451)
    A síntese da noção de regressão intelectual promovida pela constante exposição a imagens proposta por Sartori e Bourdieu ficou bastante clara. Realmente é inegável que ver uma imagem é infinitamente mais prático do que ler um texto, que demanda maior decodificação.
    Os veículos de comunicação têm apostado cada vez mais na utilização de imagens como fonte de informação do que a narrativa, para facilitar a transmissão das idéias que pretendem veicular. Mas essas imagens não se constituem apenas das gravações.
    Quando vocês afirmam que os jornais transmitem informações sobre temas irrelevantes como catástrofes naturais, acidentes e violência, devo dizer que discordo. Esses temas estão longe de serem irrelevantes, entretanto, a forma adotada pelos meios de comunicação para transmitir as informações concernentes a eles acaba por ocasionar sua banalização e superficialidade. Isso porque é uma tendencia crescente que os jornais "novelizem" as informações, criem cenários em quem a vida de uma vítima é narrada com detalhes, culminando na construção de uma imagem sobre ela. O intuito dessa prática é principalmente o de despertar a empatia dos espectadores, de modo que eles se identifiquem com a história contada na noticia e se atenham a ela.
    Criticar a forma é fundamental para que consigamos obter um conteúdo sólido e de qualidade, mas não podemos embarcar no repúdio do todo, sem que haja reflexão sobre a crítica.

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