Todos tentaram entender e explicar como o ser humano se tornou social, mas nenhum deles pensou a respeito das relações de poder dentro dessa sociedade. Michel Foucault foi pioneiro à refletir sob esse aspecto, e em uma de suas frases ele exprime todo o seu pensamento e estudos: "O poder não é uma autoridade exercida sobre questões de direito, mas acima de tudo um poder imanente na sociedade, que se reflete na produção de normas e valores."
Para ele, de ínicio há o soberano: o único a exercer o poder e seu dever era punir de forma violenta aqueles que não seguissem as leis impostas, assim garantindo o cumprimento das leis e evitando novos descontentamentos da sociedade. Portanto, era o soberano que dominava e assegurava a vida das pessoas, mas com o tempo, ele percebeu que não era esse o meio mais eficaz de controlar seus súditos e criou o poder disciplinar - poder em que o povo teria sua conduta massificada, seria disciplinado, criando assim instituições (escolas) para disciplinar o povo. Essa forma de governo foi de extrema eficácia, uma vez que a população foi se rendendo ao governo de forma tão sutil que foi imperceptível.
O biopoder (vem do saber) também é instalado, uma vez que a vida do ser humano é levada em conta e ele faz parte da produção econômica e evolutiva do Estado, então a maior riqueza que o Estado passa a possuir é o seu próprio povo. As repercussões do biopoder acabam por manipular as pessoas de acordo com seus desejos e acaba por alienar e oprimir o povo, voltando para o poder disciplinar: controle por meio da disciplina do indivíduo. O biopoder teve uma peculiaridade que o fez vigorar: todos consentiram a favor, já que tudo precisa da aprovação do povo, e o poder disciplinar não, uma vez que era controle e punição respectivamente.
O biopoder (vem do saber) também é instalado, uma vez que a vida do ser humano é levada em conta e ele faz parte da produção econômica e evolutiva do Estado, então a maior riqueza que o Estado passa a possuir é o seu próprio povo. As repercussões do biopoder acabam por manipular as pessoas de acordo com seus desejos e acaba por alienar e oprimir o povo, voltando para o poder disciplinar: controle por meio da disciplina do indivíduo. O biopoder teve uma peculiaridade que o fez vigorar: todos consentiram a favor, já que tudo precisa da aprovação do povo, e o poder disciplinar não, uma vez que era controle e punição respectivamente.
Apesar de ser mais democrático, o biopoder está contido no poder disciplinar, afinal, o Estado possibilita melhores condições de vida ao homem para que ele trabalhe e gere riquezas. Tendo suas necessidades atendidas, ele não se revoltará e aceitará essa manipulação. O povo criou a padronização para que toda essa forma de governo obtivesse êxito. Isso caracteriza o bem comum, de acordo com Foucault: quando todos obedecem e não contestam as leis impostas.
Para Foucault, a sociedade disciplinar só acontece se houver o poder disciplinar e, para que este poder seja mantido, é preciso que não só o Estado, mas também todos os vínculos sociais de um indivíduo, como a Igreja e a Família, participem dessa formação. Para que o poder disciplinar seja exercido, é preciso que haja uma determinação de tempo e lugar, que se tenha conhecimento, e que principalmente, o indivíduo se encontre vigiado. Atualmente, as formas de poder são muito abrangentes, porém a partir do momento em que certo indivíduo se vê vigiado, ele passa a mudar seu comportamento, atendendo às exigências e não mais se comportando de forma subversiva.
Atualmente, vivenciamos diferentes formas de poder que se afastam do Estado,graças ao processo de globalização, que acabou por misturar várias culturas, criando uma espécie de cultura de massa mundial.Com a implantação desse poder, que tem como base conhecimento de todos os meios componentes do desenvolvimento da sociedade, estão algumas questões políticas,éticas e principalmente econômicas.Com o desenvolvimento econômico superando o demográfico, as pessoas passam a pensar mais na qualidade de suas vidas. Essa consciência também foi importante para consolidar o capitalismo. Essas mudanças modificam o poder, dando a ele a responsabilidade pela manutenção da vida.
Segundo Foucault todas as teorias são provisórias, o poder não fugiu a regra. Dentre tantos filósofos que formaram suas teorias em volta do poder, vivenciamos a cada dia uma forma diferenciada. Várias formas de poder (mesmo que indiretamente) acabam por governar juntas. O Estado atrela-se às instituições financeiras, que por sua vez são as que dominam o mercado, e viva o capitalismo!(?) Sim, estas instituições mesmo sem meios de repressão exercem uma forma de poder sobre a população; elas praticam o poder, já que o poder não pode ser caracterizado como objeto e sim como relação. Como? Controlam o mercado, controlam as ações, controlam o preço do que comemos e vestimos, e ainda, têm "ínfima" participação nas decisões do Estado. E assim o Estado passa a ser apenas mais uma instituição, mesmo que não se intitule como tal.